Se você não é político, patrocínio somente em processo!

Ó, doutor, tem que me ajudar… Este trecho da música do Cidade Negra relata muito o que causídicos em começo de carreira passam. A advocacia é uma profissão política por natureza, e tem-se o credo popular de que ingressar na OAB já significa "nadar no dinheiro". 

Quem trabalha na área sabe que isso está longe de ser verdade. E é comum pessoas chegarem a abordar os advogados com pedidos de patrocínio para participantes de certames culturais ou esportivos, ou até mesmo do próprio evento. E afirmo: não compensa se você não for político de carreira ou pretenso candidato a algum cargo.

Primeiramente, que essas pessoas não serão seus clientes, e dificilmente lhe trarão causas, já que também procuram outros advogados como patrocinadores. Segundo, a depender da publicidade que será feita em nome da sua marca da advocacia (não pessoal), pode até lhe causar problemas para com a Ordem, vide o controverso Provimento n° 205/2021 - CFOAB, que versa sobre a publicidade para os advogados.

Quer realmente ajudar quem não possui recursos financeiros? Faça algumas atuações na forma de "pro bono", obviamente respeitando as regras do art. 30 do CED/OAB, o que também ajudará na sua imagem pessoal perante o meio social.

Se não for nestes casos, não vale a pena. Será sempre muito trabalho e capital de graça para retorno quase zero. A não ser que você esteja atrás de eleitores em vez de clientes.