“Tornamo-nos odiados tanto fazendo o bem como fazendo o mal”.
Vale para a natureza humana. Onde somente chega ao Poder
quem tem coragem de espalhar a bondade para ter aliados sem temer quaisquer ameaças
ou inveja de inimigos.
“A generosidade usada de modo a criar fama é nociva”.
Consiste na ideia de conter quem faz questão de aparecer,
devendo o Príncipe aniquilar qualquer ameaça, investindo em burocracia e tributação através do imperium da lei.
“Quem é ofendido e não recebe reparação procurará vingança”.
Aqui faz-se necessário a atuação do Estado no Direito Penal
e Civil, para que as vítimas tenham seus danos reparados e o malfeitor, punido,
para evitar a barbárie.
“Quando um homem é bom amigo, também tem amigos bons”.
A base do governante está nas alianças. Ser cordial ainda é a
melhor carta na manga.
"Os homens apreciam tanto a si mesmos e aos seus atos,
que acabam se iludindo a tal ponto que os bajuladores passam a fazer parte de
sua vida. Todos veem o que tu aparentas, poucos sentem aquilo que tu és, e
esses poucos não se atrevem a contrariar a opinião dos muitos".
Maquiavel afirma que os governantes precisam de
conselheiros, escolhendo para seu governo apenas homens sábios, e unicamente a
eles dar plenos poderes para lhe dizer a verdade. Eles devem ser autorizados a
falar exclusivamente sobre o que lhes for perguntado, e nada mais. Os
aduladores, por sua vez, não se enquadram, pois estes permanecem na penumbra de
implorar por favores para garantirem a sua subsistência.
“Os homens esquecem mais rapidamente a morte do pai do que a
perda do patrimônio”.
Na obra O Príncipe, o pensador de Florença é categórico ao
afirmar que os líderes políticos erram também ao arruinar financeiramente a
vida de alguém, acreditando que às altas personalidades seja possível esquecer
antigas ofensas com novos benefícios.
“Nunca foi sensata a decisão de causar desespero nos homens,
pois quem não espera o bem não teme o mal”.
Ao contrário do que defendia Hobbes, a tirania não aparenta
ser um bom caminho para Maquiavel, pois governados desesperados possuem propensão
maior para instaurar uma revolução.
“As injúrias devem ser feitas todas de uma só vez, a fim de
que, saboreando-as menos, ofendam menos: e os benefícios devem ser feitos pouco
a pouco, a fim de que sejam mais bem saboreados”.
A memória curta das pessoas entende que o mal deve ser
pesado e rápido, como um aumento de tributação brusco e não gradativo, enquanto
auxílios e benesses advindas do Estado devem ser recorrentes e contínuos.
“Não ignoro que muitos tiveram e têm a convicção de que as
coisas do mundo sejam governadas pela fortuna e por Deus, sem que os homens
possam corrigi-las com sua sensatez, ou melhor, não disponham de nenhum
remédio; e por isso poderiam julgar que não vale a pena suar tanto sobre as
coisas, deixando-se conduzir pela sorte. Entretanto, para que nosso
livre-arbítrio não se anule, penso que se pode afirmar que a fortuna decide
sobre metade de nossas ações, mas deixa a nosso governo a outra metade, ou
quase”.
Aqui Maquiavel refere-se ao modo como ele compreende a ação
humana, tensionada pela relação entre as circunstâncias que cercam o homem
(fortuna) e seus atos voluntários (virtù), em que a fortuna governa metade de
nossas ações e nos deixa governar a outra.
“É necessário a um príncipe que quiser manter-se, aprender a
poder não ser bom e a valer-se ou não disso segundo a necessidade”.
A filosofia maquiaveliana defende que o governante conduza
as suas ações a partir de como as coisas são, e não como elas deveriam ou
poderiam ser, o que requer que ele faça o que for necessário, mesmo que não
seja bom. A manutenção do poder justifica as medidas tomadas.
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